descubro que o caminho não é só geografia —  
é espelho da alma, estrada interna que se revela  
a cada curva, a cada silêncio que o campo oferece.
O barulho do mundo se dissolve na terra batida,  
e o tempo, antes tirano, vira companheiro gentil.  
Ali, onde o horizonte não tem pressa,  
sou menos destino e mais presença.
Pedalar sozinho é escutar o que a vida sussurra  
quando não há distrações, nem vozes, nem ruídos.  
É entender que o chão sob as rodas  
também é chão dentro de mim.
Sozinho na estrada de chão,  
o mundo desacelera.  
Cada pedalada é um pensamento,  
cada grão de poeira, uma memória.
As plantações se estendem como páginas,  
escrevendo histórias que o vento lê.  
O tempo não corre — ele caminha comigo,  
no compasso da solitude que escolhi.
Ali, entre o verde e o barro,  
descubro que o silêncio não é vazio:  
é espaço para escutar o que há dentro,  
é liberdade sem destino,  
é paz que não precisa de palavras.
#ciclista é colecionador de paisagens 😎 
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